6.2.15

Combustível de aviação fica 30% mais barato, mas as passagens não

Preço do querosene de aviação está 30% mais baixo para as aéreas, mas isso não reflete no valor da passagem

Na contramão da gasolina e do diesel, o preço do querosene de aviação está em queda. O POVO apurou que o combustível passou de R$ 3,12 para R$ 2,40, redução de 30%. A queda no preço não será repassada para os consumidores e os preços das passagens não deverão sofrer alteração. As aéreas alegam que a alta do dólar acaba corroendo as possibilidades de ganhos com a queda no combustível.

De acordo com a Petrobras, os preços foram reduzidos em 16,9% a partir do dia primeiro de fevereiro. A companhia não precisou o valor de referência. Por meio de nota, a estatal explicou que os preços do querosene de aviação (QAV) praticados para as companhias distribuidoras têm sua formação baseada no mercado internacional. “Ocorrem oscilações, mantendo tais preços compatíveis com as alternativas de importação por qualquer agente do mercado que concorra com a Petrobras.”

A redução do preço do petróleo e do querosene de aviação é mais intensa no mercado internacional e ainda não é possível garantir que haja variações nos valores praticados para o abastecimento das companhias aéreas, de acordo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). Em nota, a Associação ressaltou que os efeitos externos chegam com defasagem ao mercado interno e que nas próximas semanas será possível ter uma avaliação mais clara.

“Os custos do insumo são tradicionalmente mais elevados no país em função de sua forma de precificação, de taxas e de tributos”, diz a nota. A Associação defendeu revisões na forma de precificação e de tributação do combustível, que responde por cerca de 40% dos custos.

A maior parte do combustível consumido pelas companhias brasileiras é produzido localmente. No entanto, os valores são atrelados ao dólar. Com a valorização da moeda americana, os efeitos da redução do valor do petróleo no mercado internacional tendem a ser menores no Brasil, de acordo com a Abear. No mercado internacional, o combustível apresentou queda média de 40% nos últimos quatro meses, passando de US$ 110 o barril para cerca de US$ 47 barril. No entanto, no período, o real perdeu cerca de 20% do valor em relação ao dólar.

Além disso, as companhias aéreas fazem compras futuras de parte do combustível que utilizam, como um seguro para protegê-las das variações do preço do petróleo. É o chamado hedge de combustível. Assim, as que adquiriram combustível mais caro terão de honrar com os contratos.

Companhias

A queda nos preços internacionais do petróleo e nos preços do combustível de aviação não se reflete imediatamente em preços mais baixos para as passagens aéreas. “As companhias não têm tido redução de custo com a queda do combustível proporcional à queda do preço do petróleo”, defendeu a TAM.

A TAM disse ainda que pretende dar continuidade à estratégia de oferecer a cada cliente o produto mais adequado, no melhor preço, de acordo com o sistema de precificação dinâmica.

A queda do preço internacional do petróleo será uma “possibilidade para a recomposição das margens operacionais da companhia”, destacou a Gol em nota. De acordo com a companhia, o preço do petróleo tem influência direta no resultado das aéreas. No caso da Gol, correspondeu a 40% das despesas do terceiro trimestre de 2014.

“A Gol ressalta que vai continuar trabalhando para a contínua expansão de seus resultados, sem abdicar da razão de sua constituição que é a de ser a companhia aérea de menor custo e melhor tarifa aos seus clientes”, diz a nota sem confirmar qualquer alteração no preço das passagens.

A Azul pediu que procurássemos a Abear, que poderia dar um posicionamento pelo setor.

Fonte: O Povo

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