12.6.15

Segredo médico escondeu inaptidão de copiloto da Germanwings, diz promotor

Com problemas psiquiátricos e temendo cegueira, Andreas Lubitz visitou 41 médicos em cinco anos, sete antes de tragédia

O copiloto da Germanwings apontado como responsável pela queda do Airbus A-320 na França, em março, visitou 41 médicos em um período de cinco anos. Com problemas psiquiátricos e temendo ficar cego, Andreas Lubitz se consultou com sete doutores no mês que antecedeu seu suposto suicídio, segundo a promotoria de Marselha, que investiga o caso que deixou 150 mortos.

— Preocupado com sua saúde que tinha medo de perder a vida, o copiloto sofria de uma psicose acompanhada de problemas de visão sem resultados orgânicos — explicou o promotor Brice Robin em coletiva em Paris, após se encontrar com familiares das vítimas. — Alguns dos médicos consideraram que ele era psicologicamente instável, e outros o consideraram inapto, mas lamentavelmente a informação não foi difundida à companhia devido ao segredo médico, restrito ao paciente.

Três juízes de Marselha investigarão a tragédia com base na acusação de homicídio, segundo Stéphane Gicquel, presidente da Fenvac, a federação francesa de vítimas de acidentes coletivos. Eles investigarão o aparente esforço de Lubitz em derrubar o avião, além de eventuais falhas médicas em não diagnosticar seus transtornos psiquiátricos.

Os corpos das vítimas começaram a ser levados para seus países de origem nesta semana. O advogado das famílias de 34 vítimas, Peter Kortas, afirmou que a compensação pelas perdas está sendo rediscutida por conta da demora na liberação.

— Neste momento, não há nada mais importante do que a entrega dos corpos às famílias. Há dois pontos em discurssão para negociarmos com as autoridades: primeiro as perdas materias e depois a compensação, que é imprescindível.

Os restos humanos que não foram identificados serão enterrados em uma sepultura coletiva na cidade de Vernet, perto do local do acidente.

Fonte: O Globo

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