29.9.15

Artigo: "Estudo e estimação dos primeiros efeitos da privatização de aeroportos na demanda de passageiros no Brasil"

Estudo e estimação dos primeiros efeitos da privatização de aeroportos na demanda de passageiros no Brasil
(Download gratuito em ssrn.com/abstract=2650343)

Autores:  Paula S. W. Rolim (lattes) e Alessandro V. M. Oliveira (lattes e página), NECTAR/ITA.

Sumário Executivo

Após o processo de desregulação do setor aéreo, iniciado no início dos anos 1990, culminando com a criação da Agência Nacional de Aviação Civil, o mercado de aviação civil encontrou-se em um impasse se deveria ou não flexibilizar também a infraestrutura aeroportuária, com a quebra do monopólio da operadora pública Infraero. O gargalo da infraestrutura aeroportuária vem sendo observado pelo menos desde o apagão aéreo em 2006 e, com a necessidade de preparação para a Copa do Mundo 2014 e as Olimpíadas 2016, optou-se pela privatização como forma de equacionar os problemas de continuidade de investimentos no setor.

Ao final de 2011 foi anunciada uma primeira rodada de privatizações aeroportuárias, em que os Aeroportos Internacionais de São Paulo, Brasília e Campinas passariam pela concessão à iniciativa privada. O leilão ocorreu em fevereiro de 2012 e então se sucedeu um período de transição da administração dos aeroportos culminando com posse ao final do final daquele ano. Após as privatizações, houve uma aceleração nos investimentos em infraestrutura no período imediatamente anterior ao megaevento de 2014. Isso proporcionou algum aumento da capacidade dos terminais, pista e pátio de aeronaves, e uma provável melhora no nível de serviço dos aeroportos privatizados. Algumas possíveis consequências disso são o efeito da privatização sobre a capacidade do aeroporto e dessa capacidade sobre a demanda, assim como o efeito direto da privatização sobre a demanda.

O projeto de pesquisa intitulado “Estudo e estimação dos primeiros efeitos da privatização de aeroportos na demanda de passageiros no Brasil” tem uma visão prática e ao mesmo tempo teórica dos impactos da privatização sobre os aeroportos brasileiros, procurando responder perguntas sobre seu desempenho de curto prazo. Os resultados deste trabalho evidenciam que o conjunto de aeroportos privatizados na rodada de concessões de 2012 aumentaram a demanda de passageiros após as privatizações. Entretanto, houve um desempenho desigual entre os aeroportos, sendo que alguns utilizaram melhor o potencial de crescimento. Há evidências de que, em sua totalidade, esses aeroportos não obtiveram ganho de participação de mercado, mas pode ter havido captura de mercado entre eles. O trabalho concluiu que o efeito de curto prazo da privatização foi extremamente benéfico para o Aeroporto Internacional de Campinas, onde havia sido instalada a base operacional da empresa "low cost" Azul Linhas Aéreas.

A pesquisa, realizada no âmbito do Núcleo de Economia dos Transportes do ITA, teve financiamento da Fapesp, Capes e CNPq, e foi apresentada no 10º Simpósio de Economia dos Transportes.

Fonte: Download gratuito em ssrn.com/abstract=2650343

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