O ministro Nelson Jobim (Defesa) disse nesta segunda-feira que o projeto original do terceiro terminal de passageiros do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo) poderá sofrer mudanças.
A construção do terceiro terminal, obra incluída no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e com previsão de conclusão até 2010, foi confirmada pelo ministro há cerca de um mês. Na ocasião, Jobim anunciou que o governo decidira não construir a terceira pista do aeroporto, obra até então considerada essencial para atender o crescimento da demanda por vôos em São Paulo. Disse que as opções analisadas eram "inviáveis" ou não compensavam o alto custo.
"No [projeto do terceiro] terminal poderá haver ajustamentos considerando-se a inexistência da terceira pista", disse Jobim, após ministrar aula inaugural no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos (91 km de SP).
Jobim não disse quais seriam essas mudanças. Apontou, contudo, que a capacidade de pousos e decolagens em Guarulhos vai aumentar, já que as obras incluem a construção de mais pontos de estacionamento de aeronaves.
"Hoje, Guarulhos tem a capacidade operacional de 54 a 56 slots [pousos e decolagens] por hora e está operando com 40 slots por hora pela inexistência de pátio. No momento em que criarmos o pátio, vamos ter um crescimento para 54 slots por hora." O custo da obra do terceiro terminal está avaliado em cerca de R$ 1 bilhão.
Estudo do ITA divulgado pela Folha em janeiro apontou que, sem a terceira pista, 32% do terceiro terminal de Guarulhos ficará ocioso. Isso porque nessa situação a capacidade do terminal (atendimento de passageiros) do aeroporto seria superior a da pista (pousos e decolagens). O professor do ITA Carlos Müller, um dos autores, afirmou que a construção do terceiro terminal sem uma nova pista resultaria em desperdício de dinheiro público.
A Infraero (estatal que administra os aeroportos) informou hoje que o aeroporto de Guarulhos atendeu a 18,7 milhões de passageiros em 2007, aumento de 19% em relação a 2006. Pela primeira vez, o número superou a capacidade dos dois terminais de passageiros do aeroporto, que, segundo a própria Infraero, é de 17 milhões de passageiros por ano.
Fonte: Folha Online
Um comentário:
Interessante este "duelo de números", não? Muitas vezes, ficamos sem saber em quem confiar. Se constróem o terminal, falta pista. Se não constróem, sobra. Notei isso também no episódio de Congonhas. Primeiro, o terminal era uma "obra faraônica", depois, ficou pequeno. Difícil para um leigo...
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