Depois de pelo menos oito meses de intensas negociações e muito debate interno, o governo federal decidiu o futuro da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a estatal não será privatizada, mas terá capital aberto com ações lançadas na Bovespa. A Casa Civil finaliza os últimos detalhes de um engenhoso modelo de negócios que vai preparar a companhia para assumir seu novo perfil.
O padrão implantado na Infraero não será totalmente novo. Nos moldes do que ocorreu com a Petrobras, haverá a entrada de sócios, mas o controle (51% das ações) permanecerá nas mãos da União. Esse formato é defendido pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Privatizar a Infraero era uma idéia encampada por parte da cúpula do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pelo ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e pela presidente da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), Solange Vieira.
A Infraero é uma empresa pública com mais de 30 anos de atuação. Está vinculada ao Ministério da Defesa, administra 67 aeroportos e conta, atualmente, com 28 mil funcionários. Por causa da crise aérea, a companhia teve seu papel fortemente questionado.
Para efetivar o plano, o sistema de Parcerias Público-Privadas (PPPs) deverá ser retomado, mas nem todos os aeroportos do país serão transferidos à iniciativa privada. Se quiser vender ações na bolsa, o governo terá de promover uma série de reformas administrativas e implantar um padrão de governança corporativa compatível com o nível dois da Bovespa.
Fonte: Correio Braziliense
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