O Ministério da Defesa rebateu afirmações da reportagem do Globo Online "Oito meses depois, Congonhas vai retomando ritmo de antes da tragédia e quase sem mudanças" , publicada na quarta-feira e que teve seus principais trechos publicados na edição desta quinta-feira do jornal O Globo sob o título "Oito meses depois, Congonhas tem ritmo igual ao de antes do acidente".
Em nota enviada à redação, o ministério afirma que "Congonhas perdeu 3.557 vôos e meio milhão de passageiros só em janeiro de 2008, comparado com o mesmo mês do ano anterior, segundo dados públicos da Infraero. Em janeiro de 2007, houve 19.062 operações (pousos e decolagens) e 1,532 milhão de passageiros na aviação regular e geral. Em janeiro de 2008, houve apenas 15.505 operações (queda de 19%) e 950.954 passageiros, uma redução de 581.226 usuários (menos 38%) " .
Ainda segundo a nota, "a promessa de limitar os vôos foi cumprida e está mantida: eram mais de 40 movimentos por hora no primeiro semestre de 2007, e agora são 30 por hora para a aviação regular e 4 para a geral".
Sobre a informação, apurada pela reportagem, de que "a diferença entre um pouso e uma decolagem cai para apenas um minuto, aumentando o risco das operações" , a nota afirma que a " avaliação é incorreta, pois, como foi informado pela Anac, os intervalos entre pousos e decolagens não podem ser medidos em tempo, e sim em milhas, já que as velocidades dos aviões são diferentes ".
Ainda segundo o ministério, "as áreas de escape já existem e continuam ativas em Congonhas, e não necessitam de obras para funcionar. Elas foram criadas com a redução regulamentar das pistas, gerando um excedente de 150 metros em cada extremidade. É um equívoco afirmar que a área de escape tem que ter piso diferenciado. Para Congonhas, os técnicos aconselharam manter a área de escape no piso original, em vez de substituir por cimento poroso. Como os pousos ocorrem nos dois sentidos, haveria o risco de um avião ' atolar ' quando pousasse antes do ponto regulamentar, o que provocaria acidente " .
Sobre a informação, contida na reportagem, de que há falha na visibilidade na torre de comando , o ministério diz que "já está em operação uma nova torre provisória, mais moderna que a original, e que funcionará até a construção da nova torre definitiva " .
A nota diz que ainda que um terceiro aeroporto aeroporto em São Paulo "nunca foi alternativa para a demanda imediata, e sim para a demanda do futuro. Viracopos é a alternativa do governo para o crescimento mais imediato da demanda, e o plano aprovado no início do mês prevê a construção, até 2010, de uma segunda pista e de um segundo terminal de passageiros, chegando a quatro pistas nas próximas décadas. A capacidade total de passageiros subirá de 2 para 80 milhões ".
O ministério diz ainda que "a volta de conexões e escalas não afetará a capacidade de Congonhas, pois elas terão que ser feitas dentro do limite de 30 pousos e decolagens por hora. Em muitos casos, as companhias sequer precisarão mudar suas autorizações de vôos, já que eles estarão em sequência. O que muda, é que muitos passageiros não precisarão mais sair da aeronave para fazer novo chek-in, ganhando tempo e conforto no aeroporto de conexão. Os vôos que foram transferidos para outros aeroportos não poderão voltar pura e simplesmente. Se a companhia aérea quiser restabelecer uma rota, terá que abrir mão de uma rota existente".
Nota da Redação:
Os dados divulgados pelo ministério são relativos a janeiro e não consideram o volume de tráfego depois da decisão, adotada neste mês, que permitiu várias escalas e conexões que estavam suspensas desde o acidente. Vôos charter e de fretamento - antes vetados - também foram autorizados nos fins de semana.
Sobre os intervalos entre vôos nas pistas, a reportagem cronometrou, na terça-feira, espaços de apenas 1 minuto. À época do acidente, autoridades disseram que o intervalo em minutos seria aumentado, o que não está acontecendo, conforme apurou o repórter no próprio aeroporto.
A denúncia sobre o problema da falta de visibilidade da torre é do relatório da Camara Municipal de São Paulo. De acordo com o documento, a recente ampliação do terminal de passageiros tirou dos controladores parte da visão do pátio de aeronaves, prejudicando a orientação do taxiamento dos aviões também após o pouso.
Quanto ao terceiro aeroporto, os planos para a construção - depois abandonados - foram anunciados pelas autoridades federais logo após o acidente, como uma das medidas para conter o caos aéreo.
Fonte: Extra Online
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