21.1.09

Infraero diz que vai monitorar ruído em Congonhas


Sistema a ser utilizado será em tempo real, semelhante ao adotado nos aeroportos de Brasília e Cumbica, diz estatal Empresa nega que só tenha decidido fazer o relatório de impacto ambiental após ser multada em R$ 10 milhões pela prefeitura de São Paulo

A Infraero vai realizar estudos para medir e monitorar em tempo real os níveis de ruídos aeronáuticos gerados pelas operações do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, para avaliar se há barulho em excesso no local.

No sábado, a Folha revelou que o Rima (Relatório de Impacto Ambiental) elaborado pela estatal para buscar a licença de operação de Congonhas apontou excesso de ruído em 10 dos 13 pontos pesquisados, incluindo escolas e hospitais.

Segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), serão instalados pontos estratégicos no aeroporto, método que, segundo a empresa, já é desenvolvido nos aeroportos de Brasília e em Cumbica, em Guarulhos.

A empresa também nega a informação dada pelo secretário de Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, de que só teria decidido elaborar o relatório depois de ter sido multada em R$ 10 milhões, em 2008, por falta de licença.

A Infraero afirma que já vinha tentando contratar uma empresa para formular o relatório desde 2007, mas não surgiam interessados habilitados a participar das licitações, o que só ocorreu em meados do ano passado. A empresa diz que já em 2002 buscava uma solução para a licença ambiental.

"Mais de três anos depois, em dezembro de 2005, obteve a resposta [da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente] de que seria necessário o estudo de impacto ambiental", diz a estatal federal, em nota.

Em julho de 2007, conforme a estatal, a secretaria determinou a apresentação imediata dos estudos. A Infraero diz que, quando foi multada, já estava em curso o processo de contratação da empresa, o que só veio a ocorrer em setembro.

A empresa afirma que houve falta de planejamento da prefeitura, desde que o aeroporto começou a ser cercado por bairros, para impedir que fossem construídos escolas e hospitais, incompatíveis com o plano de zoneamento de ruído do aeroporto de Congonhas.

"Infelizmente, o que se vê na maioria dos municípios brasileiros é o não atendimento ao preconizado na portaria, o que ocasiona, por exemplo, a construção de escolas, hospitais e residências em locais onde o ruído não é compatível com as ocupações", diz a nota.

Fonte: Correio Braziliense

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