11.2.09

Novos indícios de sobrepeso

Peritos da Aeronáutica enviados ao local onde o Bandeirante caiu no sábado, matando 24 pessoas, encontraram ontem novos indícios de que o avião teria decolado com excesso de peso. Um documento entregue pela empresa Manaus Aerotaxi mostra que os pilotos omitiram, no registro da carga, a presença de duas das 28 pessoas que estavam a bordo. Além disso, o campo destinado ao peso total do bimotor, incluindo bagagens e combustível, estava em branco.

Há pelo menos outras duas possíveis causas a serem investigadas: falta de combustível e uso de querosene adulterado. A hipótese foi levantada depois que um sobrevivente disse ter visto uma das hélices parar de funcionar antes da queda. Um relatório preliminar sobre as causas do acidente deve ser divulgado em 10 dias. “Vamos coletar todas as informações possíveis e analisar todas as hipóteses”, disse o tenente-coronel Henry, do Centro de Comunicação da Aeronáutica, em Brasília. Segundo ele, não existe um prazo para a entrega do relatório final. Além disso, a Embraer, fabricante da aeronave, disse que ajudará nas investigações.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) abriu processo administrativo para averiguar as condições de segurança da empresa dona do avião, a Manaus Aerotaxi. Segundo a agência, a última auditoria na companhia ocorreu em novembro passado e não foram constatadas irregularidades. Segundo a agência, é do piloto a responsabilidade de cumprir a determinação do fabricante sobre o peso máximo de decolagem. Uma possível falha nesse aspecto, no entanto, não isentaria a Manaus Aerotaxi. A empresa, por sua vez, diz que os oito passageiros a mais eram crianças de colo e, por isso, não havia excesso de peso.

Gustavo Mello, um dos sócios da empresa Correcta Seguros, seguradora do Bandeirante, descartou a possibilidade de sobrepeso. “Se houvesse, seríamos os primeiros a denunciar, pois isso nos livraria do pagamento. Mas, segundo os cálculos preliminares, estava tudo em ordem, mesmo com a presença de 28 pessoas a bordo”, afirmou.

Fonte: Correio Braziliense

Nenhum comentário: