A aposta na sustentação de um preço de barril de petróleo acima de US$ 100 levou a TAM Linhas Aéreas a um prejuízo contábil de R$ 1,4 bilhão em 2008. Em razão desse impacto negativo, a companhia renegociou os contratos que venceriam até o quarto trimestre de 2010 e alongou esta despesas até o primeiro trimestre de 2011. O vice-presidente financeiro e de relações com investidores da TAM, Líbano Barroso, explicou que na negociação anterior o maior volume de contratos tinham vencimento no primeiro semestre deste ano e com a renegociação este volume foi diluído nos semestres seguintes.
"Em 31 de dezembro de 2008 contabilizamos uma despesa de R$ 1,19 bilhão com o combustível cotado a US$ 43 o barril. O hedge que fizemos era para um preço de US$ 107 o barril, então essa diferença de US$ 64 no preço, nos deu uma perda de mais de R$ 1 bilhão, que já foi lançada em nossos balancetes para o ano de 2008. E essa é uma das razões do prejuízo que registramos no ano", explicou Barroso.
Com a nova negociação, 34% do consumo de combustível da TAM para 2009 ao preço de US$ 109 o barril será ‘hedgeado’. "O restante do consumo, 66%, pagamos ao preço atual (cerca de US$ 50). Na média pagamos então cerca de US$ 59 o barril. Por isso estamos torcendo cada vez mais pela queda das cotações do petróleo", disse Barroso.
Pela projeção da TAM, ao final desse contrato de hedge, no primeiro trimestre de 2011, 4% do consumo será comprado a US$ 107 o barril. "Diluímos essa exposição ao longo de 2009 e 2010, isso nos dará uma folga em nosso caixa", afirmou Barroso, acrescentando que apesar dessa perda contábil em 2008, a TAM fechou o ano com caixa de R$ 1,9 bilhão.
"Essa robustez no caixa foi conseguida em razão da boa operação da companhia. No ano passado alcançamos uma receita operacional bruta de R$ 11 bilhões e um lucro operacional de R$ 725 milhões", afirmou o presidente da companhia, David Barioni Neto.
Dessa receita, segundo a TAM, 40% vem das rotas internacionais. "Com isso, criamos um hedge natural em nossas operações e estamos menos expostos às oscilações do câmbio. Esperamos que esta porcentagem aumente ao longo desse ano", disse Barroso.
E para aumentar ainda mais a operação internacional, a companhia vai lançar um voo para Córdoba, Argentina, no mês de maio e uma linha para a África do Sul. Além de uma nova frequência para Santiago. Todas os novos voos partirão de São Paulo.
A TAM também reviu as projeções de crescimento de mercado para este ano. Segundo a nova estimativa, o mercado doméstico terá um aumento entre 1% a 5%. A previsão anterior era uma elevação entre 5% a 9% no número de passageiros transportados no Brasil. "O primeiro trimestre já se mostrou bom em razão da baixa expectativa de demanda. Dentro de um mercado que cresceu 5,1% teve aumento de 4,3%", disse Barioni, ressaltando que nas rotas internacionais da companhia o crescimento foi de 14%.
No ano passado, a TAM reafirmou a sua liderança no mercado doméstico com market share médio anual de 50,3%, de acordo com dados da anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A companhia movimentou 25,6 milhões de passageiros, o que representa um aumento de 6,1% em relação aos 24,1 milhões no ano anterior. A taxa de ocupação média dos voos domésticos foi de 68,1% no ano passado.
No plano internacional em 2008 a companhia ampliou sua participação entre as brasileiras que voam para o exterior sendo responsável por uma fatia média de 75,24% dos viajantes. Em dezembro registrou recorde, quando alcançou 85,52% de market share. Nesse segmento, a TAM transportou 4,5 milhões de passageiros em 2008, aumento de 22,4% em relação aos 3,7 milhões transportados em 2007. A taxa de ocupação internacional do ano passado foi de 75,5%.
Crescimento da carga
A TAM Cargo, unidade de transporte de carga da TAM Linhas Aéreas, fechou o ano de 2008 com receita total de R$ 1 bilhão, 29,9% a mais em relação aos R$ 776,8 milhões apurados em 2007. O resultado representou 9,2% das receitas brutas totais da TAM.
Ao longo do ano, a receita proveniente dos transportes no mercado doméstico totalizou R$ 459,5 milhões, com aumento de 27,6% na comparação com o ano anterior. No internacional, o total registrado foi 31,9% superior a 2007, totalizando R$ 549,6 milhões. Em volume, no ano passado foram transportadas 186,6 mil toneladas, ante 153,6 mil toneladas no ano anterior (aumento de 21,5%).
Fonte: Gazeta Mercantil
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