17.6.10

Especialista defende aeroporto sem Infraero

Para professor da UFRJ, terceiro aeroporto para SP é ''absolutamente necessário'', mas é preciso concorrência

O especialista em transporte aéreo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Respício do Espírito Santo Júnior, defendeu a construção do terceiro aeroporto para o Estado de São Paulo, ressalvando que o ponto fundamental nessa decisão é que sua administração não fique a cargo da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).

Na avaliação do professor, a privatização seria uma forma de garantir a concorrência e a consequente melhoria dos serviços prestados aos usuários.

Para ele, o novo aeroporto é considerado "absolutamente necessário", principalmente se pensarmos a médio e longo prazo, já que o setor está crescendo a níveis acima de 10% nos últimos cinco anos.

Dados divulgados segunda-feira pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) apontam que o transporte aéreo doméstico registrou, em maio, aumento de 20,2% em comparação com o mesmo período de 2009. No caso das rotas internacionais, o crescimento alcançou 21%.

O professor acusa o governo de "não quantificar a importância do transporte aéreo". Citou, por exemplo, que a construção de um novo aeroporto, desde que não administrado pela Infraero, que controla 67 aeroportos e 97% do tráfego aéreo do País, é importante para que se tenha concorrência no setor. "O governo fala muito em concorrência de empresas aéreas, mas não fala em concorrência de aeroportos. É um problema ideológico."

Empresas. Quanto ao projeto da Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez de construção e administração de um novo aeroporto em São Paulo, conforme antecipado na coluna Direto da Fonte, de Sonia Racy, ele declarou ser uma boa saída, mas ressalvou que depende do marco regulatório para ser executada. O professor da UFRJ discorda ainda da posição de técnicos do governo que consideram inaceitável que um novo aeroporto possa funcionar por regime de autorização. Também vê isso como uma questão "ideológica".

O único aeroporto que será construído e administrado pela iniciativa privada será pelo regime de concessão. "A autorização estimularia a concorrência porque entregaria toda a responsabilidade àquela administração", disse ele, ao explicar que na autorização, a conta e risco é de quem está realizando o empreendimento. Nesse caso, a tarifa é livre, não tem prazo de exploração, o ativo é do empreendedor e também não há compensações em caso de problemas de equilíbrio econômico e financeiro provocado pelo governo.

No caso da concessão, como foi feito no Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, há um contrato estabelecendo os parâmetros para o nível dos serviços, o tempo de concessão é pré-estabelecido, há controle de tarifas e de períodos de reajustes.

Fonte: Estadão

4 comentários:

Unknown disse...

O problema é que a Infrazero não investe em São Paulo, apesar de arrecadar muito dinheiro aqui. Se eles fossem obrigados a investir algo como 80% do que arrecadam no proprio aeroporto, já estariamos terminando o terminal 4 e teriamos 3 pistas.

Guarulhos foi feito para 12 milhões de passageiros por ano e caminha para 20. Isso é um aeroporto pequeno; a maioria dos grandes aeroportos no mundo comporta 50-70 milhões por ano. Não precisamos de outro aeroporto (onde???) para complicar a vida dos passageiros com mais conexoes terrestres.

Não sei se privatizar funcionaria. Em quase todo o mundo - inclusive nos EUA - os aeroportos são estatais, mesmo nos raros casos que são operados por empresas privadas (UK). Eles são caros, fazem parte da infra estrutura econômica da região e são fatalmente subsidiados por ela. Quer a prova? Quanto custaria apenas um terreno de uns 15 km2 a uns 35km do centro de São Paulo comprado no mercado? Como você monta o business case com este custo apenas?

Unknown disse...

Talvez seja um caminho mas criar um 4º aeroporto na região de São Paulo ou um 5º aeroporto na conurbação São Paulo (CGN, GRU, VCP, SBMT) é criar mais um nó aeronautico, com mais confusão de aproximações etc;
MINHA PROPOSTA
Acabar com CGN, GRU e SBMT e talvez VCP e criar um novo mega-aeroporto com 4 pistas independentes, capacidade expansível até 100 milhões/ pax/ano , com vias expressas de acesso a ele, trem-bala passando por ele, com coletas expressas em sao pauo, ABC, Sj Campos , Campinas e Jundiaí ; 6 heliportos nestas cidades prá quem quizer ir voando até ele e, EM PAGAMENTO, entregar os 4 sites aeroportuários atuais para novos usos - urbanização, loteamento, etc ; com certeza estes imóveis pagarão , com sobra um NOVO MEGA AEROPORTO UNICO E com horizonte de mais de 50 anos e parar com essa mania abrasileirada de cada um que passa pelos governos fazer puxadinhos e gambiarras e improvisos ;
CHINESES tem bala na agulha ($$$) para um tirombaço desses e até mesmo as cachorronas grandes - as megaempreiteiras brasileiras e algum parceiro financeiro (fundos de pensão, etc) ;
E a experiencia da INFRAERO não pode ser desperdiçada ;
Por mim deve co-gerir junto com a inciativa privada ! Coitada da INFRAERO : criar uma empresa federal para agilizar e depois a engessam por ter cumprir legislações licitatórias de de contratação de pessoal especializado, coisa que numa empresa privada não ocorre ! Por isso funcionam melhor !
TENHO DITO !

ricardo froner disse...

Talvez seja um caminho mas criar um 4º aeroporto na região de São Paulo ou um 5º aeroporto na conurbação São Paulo (CGN, GRU, VCP, SBMT) é criar mais um nó aeronautico, com mais confusão de aproximações etc;
MINHA PROPOSTA
Acabar com CGN, GRU e SBMT e talvez VCP e criar um novo mega-aeroporto com 4 pistas independentes, capacidade expansível até 100 milhões/ pax/ano , com vias expressas de acesso a ele, trem-bala passando por ele, com coletas expressas em sao pauo, ABC, Sj Campos , Campinas e Jundiaí ; 6 heliportos nestas cidades prá quem quizer ir voando até ele e, EM PAGAMENTO, entregar os 4 sites aeroportuários atuais para novos usos - urbanziação, loteamento, etc ; com certeza estes imóveis pagarão , com sobra um NOVO MEGA AEROPORTO UNICO E com horizonte de mais de 50 anos e parar com essa mania abrasileirada de cada um que passa pelos governos fazer puxadinhos e gambiarras e improvisos ;
CHINESES tem bala na agulha ($$$) para um tirombaço desses e até mesmo as cachorronas grandes - as megaempreiteiras brasileiras e algum parceiro financeiro (fundos de pensão, etc) ;
E a experiencia da INFRAERO não pode ser desperdiçada ;
Por mim deve co-gerir junto com a inciativa privada ! Coitada da INFRAERO : criar uma empresa federal para agilizar e depois a engessam por ter cumprir legislações licitatórias de de contratação de pessoal especializado, coisa que numa empresa privada não ocorre ! Por isso funcionam melhor !
TENHO DITO !

Unknown disse...

Duas perguntinhas:

1)Onde existe perto de São Paulo um terreno plano de uns 30 km2, tamanho mínimo necessário para essa farra?

2)De onde viriam os US$10~20bi necessários para essa brincadeira? Como eles seriam pagos? Vendendo pão de queijo a R$20 para os usuários?

O ótimo é inimigo do bom. US$1b em Guarulhos construindo mais dois terminais (e quem sabe mais uma pista de uns 1900m, mesmo tamanho de Congonhas) resolve o problema de São Paulo, com um aeroporto para 35 milhões de passageiros por ano. A Infrazero arrecada mais do que isso por ano. Falar em outro aeroporto é picaretagem de político querendo levar gorjeta de empreiteiro.