Com receita anual de US$ 6 milhões com anúncios e o aluguel de cerca de 20 lojas no aeroporto Puente Aereo, a empresa pretende bancar a reforma do acesso às aeronaves e das salas de embarque.
"A verba será mais do que suficiente para a obra, que custará US$ 3,4 milhões", diz Jaime Libman, diretor da Avianca em Bogotá.
O projeto da Avianca -- única companhia a ter concessão de terminais na Colômbia -- reorganizará o pátio dos aviões até junho e consumirá US$ 1,8 milhão.
A iniciativa prevê a redistribuição do pátio para comportar a nova frota de Airbus. A reforma da sala de embarque consumirá o restante dos recursos.
Para muitos especialistas em aviação, o modelo é positivo porque dá à companhia aérea pleno acompanhamento de toda a cadeia aérea, do embarque ao transporte da bagagem.
Todos os funcionários são responsabilidade da empresa, que paga taxa ao governo pela concessão.
Cabe ao setor público apenas autorizar construção, operação e reformas.
"O fluxo traz velocidade para mudanças rápidas capazes de melhorar o serviço", diz Francisco Lyra, presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral).
Estima-se que US$ 100 milhões tenham sido investidos na construção do Puente Aereo no início da década de 1980, valor recuperado três anos mais tarde com o movimento de passageiros.
LABORATÓRIO VIVO
A qualidade do serviço da Avianca em Bogotá passa pelo crivo dos irmãos José e Gérman Efromovich, controladores da empresa desde 2004, quando retiraram a companhia da concordata que enfrentava nos EUA.
Os irmãos -- bolivianos de nascimento e baseados no Brasil desde a adolescência -- fiscalizam de perto e sugerem melhorias estruturais.
Foi a partir de uma das "rondas" no aeroporto que Gérman Efromovich sugeriu sinalização específica para reduzir a fila do check-in.
Os primeiros da fila são distribuídos em pontos de espera logo a frente aos balcões, o que reduz o tempo de deslocamento.
A medida diminuiu o tempo de atendimento e despacho de malas em mais de uma hora nos horários de pico com cerca de 3.000 pessoas. No mês, são 300 mil passageiros.
A Avianca, que também opera no Brasil, não é a única empresa que faz gestão de terminais no mundo. Lufthansa e Iberia, na Europa, e Delta e American Airlines, nos EUA, também participam desse mercado, que pode ser alternativa para solucionar os gargalos dos aeroportos brasileiros.
"Hoje, Viracopos ou Guarulhos têm pista de sobra, mas estão com falta de terminais de passageiros. O modelo de construção e operação privada de terminais poderia ajudar", diz Lyra, da Abag.
A regulamentação atual não prevê a exploração por empresas privadas, apenas pela Infraero, que é responsável por toda a cadeia de serviços no Brasil.
A expectativa do setor é que a Secretaria Nacional de Aviação Civil, já anunciada, discuta o tema ainda neste ano e que o modelo possa ser adotado até a Copa de 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário