29.7.11

AF447 - Agora a culpa é dos pilotos!!!

Voo 447: relatório final do BEA sobre acidente deve apontar erro dos pilotos

O relatório final sobre as causas do acidente com o voo 447, que seguia do Rio de Janeiro para Paris, em 2009, com 228 pessoas a bordo, deve apontar erro dos pilotos como a principal causa para a tragédia. De acordo com informações do jornal francês Le Figaro, que teria tido acesso ao documento que será divulgado oficialmente pelo Escritório de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês) na sexta-feira , os erros sucessivos de um dos pilotos levou à queda do avião. O relatório cita ainda o congelamento das sondas Pitot e a perda de informações do anemômetro (velocidade) no cockpit.

"A investigação concluiu que a tripulação da Air France estava em conformidade com as normas em vigor, que a tripulação conseguiu evitar uma zona de turbulência, fazendo um desvio de 12 graus da rota, e que as turbulências que o avião enfrentou no momento do acidente não tinham nada de excepciona (...) Todas as ações do avião correspondem às ordens do piloto, o que significa que são as ordens do piloto que levaram o avião a cair no oceano", afirmou o jornal, ressaltando que a tripulação não teria compreendido que o avião tinha perdido a velocidade necessária para se sustentar no ar.

Ainda de acordo com o jornal, rascunhos do relatório têm circulado por vários dias entre a Air France, Airbus e entre os especialistas estrangeiros envolvidos no inquérito, uma vez que suas conclusões podem afetar comercialmente as empresas, que teria sido indiciadas pela Justiça.

Um relatório preliminar divulgado em maio pelo BEA apontava que a queda do voo de uma altitude de 11 quilômetros durou apenas 3 minutos e 30 segundos, a uma velocidade de cerca de 200 quilômetros por hora . Na época, o diretor do BEA, Jean-Paul Troadec, declarou à rede BBC que as investigações se concentrariam nas diferentes ações dos pilotos diante do problema da perda das indicações de velocidade do avião, causada pelo congelamento dos sensores, os chamados tubos pitot. O BEA afirmou acreditar que os sensores de velocidade, que ficam na parte externa do avião, tenham ficado entupidos por cristais de gelo formados em alta altitude .

- Vamos investigar qual foi o treinamento individual dos pilotos e quais procedimentos de emergência relativos a problemas nos sensores de velocidades foram aplicados - afirmou Troadec na época.

Indicações incongruentes de velocidade

O relatório divulgado em 27 de maio afirma também que houve uma inconsistência entre a velocidade indicada no lado esquerdo e a indicada no instrumento de resgate (ISIS) do avião. Essa diferença durou pouco menos de um minuto. A velocidade mostrada no lado direito não foi registrada. Ainda segundo o documento, a composição da tripulação estava em conformidade com os procedimentos, e a massa e o centro de gravidade estavam dentro dos limites operacionais. Além disso, os motores estavam em funcionamento e sempre responderam aos comandos da tripulação.

O BEA confirmou que, no momento em que o avião começou a enfrentar dificuldades operacionais, os dois copilotos estavam na cabine e o comandante de bordo estava em repouso. O comandante voltou para a cabine cerca de 1 minuto e 30 segundos após a retirada do piloto automático.

Fonte: O Globo


Relatório sobre acidente da Airfrance no Brasil pode mudar treinamento de pilotos

Investigadores franceses de acidentes aéreos devem publicar um relatório nesta sexta-feira confirmando suas conclusões iniciais e fornecendo novos detalhes de como os erros do piloto, combinados com uma falha imprevisível na automação da cabine do piloto, causaram a queda de um jato da Air France no Oceano Atlântico em 2009 depois de decolar no Rio de Janeiro, segundo especialistas em segurança aérea.

As últimas revelações, segundo especialistas de segurança e outras pessoas familiarizadas com os detalhes, devem aumentar a pressão para renovar as práticas de treinamento para ajudar os pilotos, tanto os novos pilotos quanto os experientes, a lidar com a perda de sustentação em alta altitude, distúrbios e sensores de velocidade defeituosos. Tais mudanças devem incluir uma maior ênfase em técnicas manuais de vôo.

O relatório, de acordo com os especialistas de segurança, apóiam as conclusões iniciais de que os sensores de velocidade não funcionaram devidamente e que os pilotos perderam a sustentação do Airbus bimotor A330 ao fazer o avião subir abruptamente. Depois disso, os pilotos desconsideraram as advertências de perda de altura e – por mais de três minutos – não conseguiram detectar a causa da situação perigosa.

A tripulação da cabine ficou confusa com a flutuação dos indicadores de velocidade e – ao invés de seguir a prática padrão – puxou os controles para trás subindo o nariz do avião e reduzindo a propulsão do motor enquanto a máquina de cerca de 200 toneladas despencava em direção à água.

Todas as 228 pessoas a bordo do vôo noturno de junho de 2009 que viajava do Rio de Janeiro a Paris morreram e o acidente provocou uma ampla reavaliação do treinamento de pilotos e dos perigos potenciais de um excesso indevido de confiança na automação.

Cada vez mais, especialistas em aviação acreditam que a tragédia do vôo 447 da Air France, com todos os seus motores e os sistemas básicos de controle de vôo operando normalmente, poderia ter sido evitada se os pilotos tivessem recebido mais treinamento, especialmente em técnicas manuais de vôo.

"Não é apenas um problema da Air France, mas sim de toda a indústria", diz Bill Voss, presidente da Fundação de Segurança da Aviação em Alexandria, no Estado da Virgínia, uma entidade independente de defesa da segurança aérea global. Se a tripulação do vôo 447 tivesse seguido a ciência básica da aviação e tivesse mantido o nível do avião até as indicações de velocidade voltarem ao normal, o episódio "teria sido uma anotação no diário de bordo ao invés de um acidente", diz Voss em entrevista ao Wall Street Journal.

Com base nas conclusões antecipadas dos investigadores, "realmente temos que rever a forma como os pilotos são treinados" porque agora "eles normalmente não são treinados a reagir a uma perda de sustentação em alta altitude", diz Voss.

Um juiz francês ordenou originalmente que a empresa pagasse $126 mil euros (US$ 177 mil dólares) em indenizações às famílias das vítimas, de acordo com um advogado das famílias. A quantia, que será paga pela Air France e sua seguradora AXA SA representa um pagamento provisório em relação a uma compensação possivelmente maior para os passageiros do vôo, disse o advogado Marc Fribourg.

Um porta-voz de um dos sindicatos da companhia aérea defendeu as ações dos pilotos e culpou em grande parte os erros dos indicadores de velocidade. "A Airbus disse que seus aviões nunca perderiam a sustentação, então é claro que os pilotos não foram treinados para essa situação", diz Geoffroy Greneau de Lamarliere, um representante do sindicato dos pilotos ALTER Air France. Segundo ele, desde o acidente, os pilotos da Air France têm recebido cerca de duas horas de treinamento sobre como lidar com a perda de sustentação sem o uso de indicadores de velocidade.

Um porta-voz da Airbus não quis comentar os detalhes do novo relatório mas disse que a empresa tem "esperança de fornecer informações adicionais".

Fonte: Wallstreet Journal

4 comentários:

Agnaldo Felix Silveira disse...

Isso tende a piorar com o novo treinamento que está sendo implementado em todo mundo, o MPL.
Em que o "piloto" não precisara voar um avião de verdade nem no PP, alias, isso nem vai existir. O piloto terá licença MPL. Formação somente em simuladores. Quando isso começar a dar merda vocês vão me entender.

Anônimo disse...

Nos cockpit do AF447 estavam dois co-pilotos novos e 1 comte.. Por que não , 2 comtes. e 1 co-piloto???.

Anônimo disse...

O projeto do A 330 e A 340 tem dois erros básicos, e que a fabricante nega a qualquer custo.
Primeiro: Escolha de tubo de pitot sem sistema anti-congelante, da Thales.
Segundo: No software é "lógico", se a velocidade é zero, os flaps devem estar abaixados.
Os pitots entupidos de gelo, a informação da velocidade é zero.
A aeronave veio descendo num angulo de 18 graus, flapeado. E, .. o profundor estolado... Jamais iriam conseguir sair desta, e não haverá treinamento que vá resolver.
É o que chega a conclusão o Prof. Gerhard Hüttig da Faculdade de Enenharia Aeronautica da Universidade Técnica de Berlim. Ele também é piloto de A 330, e na duvida foi ao simulador da própria Airbus, e chega a esta conclusão.
Na revista Der Spiegel, esta bem explicado em alemão, que é veemente negado, triste negar a técnica, fatos e a verdade.
http://www.spiegel.de/panorama/0,1518,766039,00.html

Anônimo disse...

Bela explanação do prof. Huttig ,na revia alemã. Uma pergunta aos amigos , neste evento (AF447),segundo dados do METEOSAT( imagens radar) , houve "overshoot temperature" detectado em valores de -80 graus C. , valores que deveriam ser encontrados no FL 560 - FL580, os pitot´s surportariam este padraõ de temperaturas tão baixas ???. O que ocasionou o fenômeno "CAPE" ,com "updraft velocity",desenvolvimento explosivo valores acima de 800joules/Kg. Quem puder explicar e souber ,agradeceríamos . Obrigado.