Przemyslaw Rodziewicz, 34 anos, está preso no presído Ary Franco. Bagagem de mão do passageiro, por precaução, foi explodida pela polícia
Policiais Federais no Aeroporto Internacional do Galeão: polonês causou atraso de oito horas em voo que seguia do Rio para Frankfurt (Uanderson Fernandes/ODia)
Retirado de um avião da TAM, depois de fazer uma ameaça de bomba, na noite de segunda-feira, o polonês Przemyslaw Rodziewicz, de 34 anos, tentou amenizar sua situação em depoimento à Polícia Federal, na manhã desta terça-feira, no Rio. Rodziewicz afirmou que minutos antes de embarcar, um homem no saguão do aeroporto teria o avisado que havia uma bomba no avião da TAM, e ele, então, fez o alerta. Para a polícia, no entanto, ele cometeu um crime, infringindo o artigo 261 do Código Penal Brasileiro: atentar contra a segurança de transporte aéreo expondo a perigo aeronave, que pode render de dois a cinco anos de prisão.
Rodziewicz atrasou por oito horas o voo 8102 da TAM, programado para sair às 21h, do Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador, com destino a Frankfurt, na Alemanha.
Em seu depoimento, o polonês declarou que tem residência fixa no Estado do Rio de Janeiro, onde mora há quatro anos, e trabalha como funcionário terceirizado da Petrobras. Sem entrar em detalhes, o estrangeiro se identificou como “marítimo” e disse que tem curso superior. Como a sua escolaridade não tinha sido constatada até a manhã desta terça-feira, ele foi levado para uma cela comum do presídio Ary Franco.
“Foi franqueado o telefonema a que ele tem direito e ele usou para ligar para um advogado na Polônia. Ele foi levado para a unidade prisional e responderá às penalidades das leis brasileiras”, afirmou o delegado titular da Polícia Federal no AIRJ, Ricardo Bechara Elabras. De acordo com o testemunho de tripulantes da aeronave, Rodziewicz já estava em seu assento quando comunicou aos comissários de bordo a existência de uma bomba a bordo. Diante da ameaça o comandante do vôo avisou, via rádio, os policiais federais de plantão e orientou que os passageiros saíssem da aeronave, pouco antes das 21h. Após a suspensão do vôo, o piloto manobrou a aeronave para uma área reservada do aeroporto, afastada do terminal. Policiais começaram, então, uma varredura no avião e bagagens.
Participaram da operação agentes do Grupo de Bombas e Explosivos da Polícia Federal, que escanearam todo o veículo com raio X de mão, e policiais militares, com cães farejadores. Após concluírem a revista e constatarem que a ameaça de bomba era improcedente, os policiais liberaram a aeronave para o regresso dos passageiros. Embora não tenham detectado nenhum material explosivo no avião ou malas, os especialistas do esquadrão antibombas da PF decidiram, por precaução explodir a bagagem de mão do polonês. O motivo da detonação foi o fato de o conteúdo da mala verificado pelo raio X ser diferente do declarado pelo passageiro antes do embarque.
Por volta das 5h30, o avião levantou vôo com destino à Alemanha, com nova tripulação. A mudança obedece às normas aeroviárias internacionais, para o caso de ameaças de terrorismo. Segundo a Polícia Federal, no vôo havia atletas e dirigentes de várias nacionalidades que participaram dos Jogos Mundiais Militares.
Santos Dumont fechado - O delegado também explicou que o AIRJ aumentou o nível de segurança para dois, em uma escala até três, devido sorteio de grupos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, que será realizado no sábado, às 15h, na Marina da Glória. No dia O Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio, ficará fechado das 14h às 18h. A decisão de fechar o Santos Dumont foi tomada após um pedido do Comitê Organizador da Copa, para que o barulho dos pousos e decolagens não atrapalhassem a transmissão televisiva do evento. Assim, os 42 vôos previstos para a tarde de sábado serão remanejados para o Tom Jobim.
“As autoridades já estão chegando pelo Galeão. O evento atrairá quase mil pessoas entre dirigentes, técnicos e delegações dos países participantes e jornalistas do mundo inteiro. O presidente da FIFA, Joseph Blatter, já está no Rio. Nós estamos usando parte do esquema de segurança montado para os Jogos Militares para garantir a integridade física de todos os viajantes”, afirmou Bechara.
Fonte: VEJA
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