A fabricante russa de aviões Sukhoi lançou o primeiro avião comercial do país desde a queda da União Soviética, além de revelar uma nova encomenda de US$ 1 bilhão e previsões de novos pedidos, apesar da retração da indústria aeronáutica em meio à crise econômica global.
A Sukhoi anunciou durante a feira de aviação Paris Air Show que fechou um acordo de US$ 1 bilhão para vender 30 aviões civis Superjet 100 à húngara Malev, e afirmou que há mais por vir.
O Superjet 100 concorre diretamente com os aviões da família de E-Jets da Embraer, que tem jatos de 70 a 118 lugares.
O diretor-geral da Sukhoi, Mikhail Pogosyan, disse à jornalistas que espera receber 150 encomendas firmes até dezembro, um aumento considerável em comparação com os menos de 100 que eram estimados para até o final do ano antes da Paris Air Show.
"Quando fizemos as previsões, tínhamos em mente a crise financeira. Agora, é muito importante elevarmos a cadência de produção para o começo (do processo de) recuperação do mercado", disse ele, acrescentando que espera que o avião venda bem durante os próximos 15 anos.
O jato decolou para seu primeiro voo em público imediatamente após a fala de Pogosyan.
O Superjet 100 é o único novo avião comercial em exibição na Paris Air Show, maior feira de aviação do mundo.
O sucesso do lançamento contrasta com os longos adiamentos dos novos aviões comerciais das gigantes da indústria Boeing e Airbus --especialmente no caso da Boeing com o 787 Dreamliner.
Pogosyan foi gracioso com seus concorrentes, apesar de ter-lhes roubado a cena, afirmando que o chefe de aviões comerciais da Boeing, Scott Carson, havia feito uma visita ao avião Superjet 100 mais cedo.
"Estivemos trabalhando com a Boeing há muitos anos, e estamos tristes que o 787 não esteja aqui. Mas desejamos a eles sucesso --não ficamos felizes quando outros estão infelizes", disse.
Também nesta segunda-feira, em entrevista coletiva, o executivo da Boeing disse que espera uma retomada no crescimento do mercado de aviação comercial em meados de 2010.
O Superjet, desenvolvido em conjunto com a italiana Finmeccanica pode levar de 70 a 100 passageiros. Mas o diretor-geral da Sukhoi afirmou que pensa em desenvolver uma nova versão para concorrer com aviões maiores.
"Estamos considerando uma versão maior", disse.
A também russa Irkut informou no início desta segunda-feira que planeja construir 1.000 de seus próprios aviões comerciais. É esperado que o avião MC-21, com apenas um corredor, faça seu primeiro voo em 2014, e a empresa --que faz parte de uma organização russa maior, a United Aircraft Corporation (UAC)-- estima que as entregas comecem em 2016.
O projeto da Irkut conta com investimento de US$ 3 bilhões do governo russo.
Fonte: John Bowker (Reuters) via UOL Economia
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