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Daniel Bachman, um funcionário de vendas da Embraer que estava a bordo do Legacy 600 que abateu um Boeing da Gol no Mato Grosso, quebrou o silêncio que mantinha desde o acidente. Ele era o encarregado de acompanhar a entrega e os trâmites necessários para a saída da aeronave do país quando houvesse a parada em Manaus. Antes disso, o jato acertou a aeronave da Gol com o winglet, cortando um terço da asa e condenando 154 pessoas a uma morte horrorosa.
Ouvi a entrevista dada a um repórter da Globo nos EUA, na qual Bachman conta que, como funcionário comercial, não tinha nenhum conhecimento da rotina de operação técnica da aeronave. Entrou quando os motores estavam ligados. Sua missão ali era acompanhar os executivos da Excel Aire, dona do jato, e o repórter do The New York Times, Joe Shaerkey, até então autor da única versão para os instantes após o choque fora do cockpit. De novo, Bachman deu apenas detalhes de como o Legacy também escapou de se desintegrar. Pena ter omitido na entrevista detalhes importantes para o processo, como a informação de que um dos pilotos estaria fora do cockpit na hora da colisão e os diálogos trocados entre eles e os donos do jato.
A asa que colidiu com o Boeing estava abrindo ao meio, com rebites saindo por conta da pressão do ar e combustível vazando. Realmente, a julgar pela descrição, o pouso em Cachimbo foi coisa de craque e agora entendo bem o porquê: quem estava no manche não pode acionar flaps ou outros recursos aerodinâmicos, sob risco de a estrutura perder integridade – o estabilizador esquerdo também tinha sido afetado. Apenas os brakes podiam ser acionados, o que acabou funcionando.
A melhor parte da reportagem mesmo foi a reprodução dos diálogos entre os dois pilotos (Joe Lepore e Jean Paul Paladino). No mais interessante, uma frase que eu não tinha escutado, mas que deixa muito claro o grau de responsabilidade de ambos. “E daí se acertamos alguém? Nós estávamos na altitude correta!”, diz Lepore a Paladino, depois de passar ao colega o manche - era sua primeira vez no jato.
Em outro trecho da gravação Lepore pergunta a Paladino se o Traffic Collision Avoidance System, ou TCAS, estava desligado. O colega responde, sem mudar a entonação: “TCAS desligado sim”. Eis o ponto central: em seus depoimentos e nas entrevistas dadas após sua “heróica” e triunfal chegada a Long Island, ambos negaram que tivessem desligado o equipamento. A conversa no cockpit não é suficiente para provar que o fizeram deliberadamente, mas deixa quase a certeza – dada a forma como a informação é recebida – de que ambos estavam cientes da inoperância de um sistema vital e obrigatório no voo.
A imprensa americana na época aventou a hipótese de o modelo do TCAS ser de uma versão defeituosa, limpando assim, a barra dos “heróis” detidos em uma “crazy land”, como Sharkey define o Brasil. A perícia mostrou que não era bem assim: a máquina, em perfeito estado, estaria em modo stand by, ou seja aguardando um comando para operar e assim permaneceu. Faltou treino e conhecimento.
As novas revelações vão preenchendo lacunas com fatos desconfortáveis para Lepore, Paladino, Sharkey e toda a concertação que se montou de forma a liberá-los – diante da pressão do governo dos EUA. Reforçam sua responsabilidade primária e a necessária cassação de seus brevês. Mas isso é querer muito da corporativa FAA. Afinal, foram apenas brasileiros que morreram e essas almas nunca valerão o suficiente para esse incômodo.
Fonte: JB
2 comentários:
Completamente sem embasamento de conhecimento técnico esse comentário. Quando uma aeronave está numa aerovia superior ou inferior subentende que está coberto em todos os sentidos. Ver ICA 100-12 Alerta, Vertical e Horizontal. Se o centro Brasília entrasse em contato com centro Amazônico, esse desviaria o Gol do seu trajeto. O problema que Centro Brasília esqueceu do Gol e esqueceu de avisar Centro Amazônico que uma aeronave autorizada pela torre São José dos Campos no nível 370 com destino a Manaus. Quando a aeronave estava voando em contato com centro Brasília ela estaria sob condições de vetoração radar, isso significa que a navegação da aeronave sob responsabilidade do controle de trafego aéreo de Brasília, após a cidade de Brasília o seguinte trecho seria sem a vetoração mas dentro da aerovia com as mesmas regras, isto é Serviço de controle aéreo integral. O tcas serve apenas no atual contesto para voos abaixo do FL100 dentro de uma área terminal e para prevenir das aeronaves que estão em voo visual sem contato com o APP. Tcas não é obrigatório nos vôos IFR.
Este senhor Daniel Bachmam sabe muito mais, além do mais qual sua especialização no eqpto. , eramero espectador??? não creio, possui lembranças de funcionário público, sempre calados,nada a declarar, naõ ví, não sei, além de que controladores sem proficiência no Inglês, "esqueceram" o GOL, bastava na dúvida ordenar desvio de poucas milhas a direita/e ou esquerda/ ou subir 1000 pés ou descer,nada fizeram, foram ausentes, aconteceu algo aki na TMA RIO com cargueiro da Lufthansa, decada de 80, "esqueceram" o B-707, perda de 3 vidas, e o avião/carga, eu estava em svçno CEOPE (INFRAERO) nestanoite,fui chamado pelo radio-escuta do CEOPE, dizendo, Carlos há algo errado aki, eu como DOV, imediatamente entendi, o alemão tinha "sumido" do ar, bateu subindo Petrópolis, não recebendo instruções corretas do APP/ACC, e tudo caiu no esquecimento,nosso operador do CEOPE (INFRAERO) na escuta de várias frequencias era o amigão Filhote, competente "fabiano" , informava/escutava, os "gates" / "fingers" do AIRJ,tudo verdade, como o GOL,irão "esquecer" a lambança que Centro MAO/Centro BSB nada fizeram p/ evitar a tragédia, medida simples, e outras já vi e vivi, histórias tenho as pampas p/ contar.
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