A fusão da brasileira TAM com a chilena LAN poderá trazer problemas à TAP no Brasil.
Se tivesse de apostar todo o seu dinheiro num único cavalo em relação à privatização da TAP, Peter Morris, economista-chefe da Ascend, apostaria na Lufthansa.
Esta é uma boa altura para vender a TAP?
É uma altura tão má na Europa como em qualquer outra parte do mundo. Se olharmos para rácio que os investidores pagarão por uma aquisição será muito mais baixo do que seria em 2007/2008. Mas não estamos em 2007/2008, portanto não se pode dizer que a sua companhia vale muito mais que isso. Há questões positivas na TAP: é rentável numa altura em que sido muito difícil até para as maiores companhias que tiram benefícios das alianças. A TAP fez dinheiro em 2010.
Qual é a mais valia da TAP?
A TAP tem é uma combinação de factores positivos, além da rentabilidade que já falei, a posição no mercado brasileiro e para Angola, em particular, mas também para mercados mais alargados como África.
É a principal vantagem da TAP?
Olhamos para a percentagem de lugares na capacidade total e é relativamente pequena, mas são mercados em que a TAP é lucrativa e com potencial de crescimento.
Considerando essa posição, quem é o comprador mais provável?
Tenho um gráfico que mostra quatro possibilidades. Um grupo de investidores isolados, que apenas quer que as coisas fiquem na mesma, ainda que dentro da aliança. O problema de uma estratégia isolada é que só há vantagem em ter todas estas rotas para o Brasil e para África se tiver uma forma de as alimentar a partir da Europa. Temos a Lufthansa que tem tráfego para o Brasil que só traz até Lisboa, se as frequências entre Lisboa e Frankfurt fossem reduzidas não funcionaria da mesma forma. Também pode ser a Lufthansa, num modelo semelhante ao que tem para a Swiss e para a Austrian, com um grande nível de autonomia para as companhias operarem, mantendo as sub-marcas, e no caso da TAP, a operação e as rotas africanas e sul-americanas e fará todo o sentido do ponto de vista de negócio para a Lufthansa deixar que mantenha as operações que já tem dentro da aliança [Star Alliance], se faz dinheiro porque mudar? Finalmente uma companhia do Médio Oriente não especificada que veria a TAP como porta de entrada para o mercado europeu.
Na Europa não vê a British Airways e a Iberia como compradores?
Não vejo como é que isso poderia funcionar. A Iberia e a BA tem de ir pelo ‘hub' de Madrid e ambas têm os olhos no Brasil, o que é normal com o crescimento da economia brasileira. A Lufthansa poderá parecer [uma solução] simplista, mas é a operação que cria menos tensões no mercado e menos problemas de integração.
Quanto à Star Alliance, a TAP poderá ganhar com a eventual saída da LAM?
Há a possibilidade de a TAM sair da Star, assim como da LAN sair da oneworld. Se a TAM sair da Star, a TAP vai perder mais do que ganhar, porque o tipo de frequências sincronizadas possíveis numa aliança deixam de existir.
O novo aeroporto de Lisboa poderá ser uma vantagem para a TAP?
Será, sem dúvida, uma vantagem, porque há muito poucos novos aeroportos a abrir na Europa e porque a nova infra-estrutura deverá ser desenhada a pensar na TAP. É uma grande ajuda poder criar a sua própria infra-estrutura.
Fonte: Economico Pt/Peter Morris / FSG News
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